quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hedwig and the Angry Inch (2001)

Hedwig - A Origem do Amor de John Cameron Mitchell que além de o realizar também escreveu a história e interpreta o papel principal do filme, tendo sido inclusive nomeado ao Globo de Ouro para Melhor Actor na categoria de Comédia/Musical.
Um transexual fugido de Berlim Oriental para os Estados Unidos, percorre agora o país a cantar a história da sua vida de abusos e de mágoas após o seu ex-namorado ter roubado as suas canções e de se ter tornado um bem sucedido rocker ao contrário de si.
Pelo meio ficamos a conhecer uma vida feita à margem sem qualquer atenção por parte daqueles de quem a pretendia e com alguns momentos de comédia à mistura.
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À excepção de John Cameron Mitchell as demais interpretações são perfeitamente secundárias ou quase inexistentes. Poucos são os papéis com alguma relevância além da sua, e no geral até conseguem permanecer perdidas no meio de tanta cantoria e de tanto espectáculo visual que por ali se passa.
Não tanto pela própria interpretação de Cameron Mitchell que é durante praticamente todo o filme uma prestação cómica quase surreal só se conseguindo tornar realmente dramática nos momentos finais do filme, mas pelos excessivos momentos musicais do filme, algum do seu conteúdo, mensagem ou história acaba por se perder. E quando não se perde cai no absurdo ou no ridículo.
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É um filme com potencial para ser algo interessante, e a nomeação que Cameron Mitchell teve ao Globo de Ouro é justificada e merecida sendo que, no entanto, poderia ter havido muito mais potencial na prestação não só do actor como mesmo do filme, caso fosse mais centrado numa história dramática e não tanto musical.
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Pontos realmente fortes do filme estão a caracterização bem elaborada que é da autoria de Mike Potter. No final quando assistimos à transformação de Hedwig após retirar tanto a peruca como a pintura do rosto parece que estamos a assistir à presença de duas pessoas distintas e não uma só.
Também o trabalho de fotografia de Frank G. DeMarco é um ponto forte, pois temos a sensação durante a maior parte do filme que estamos a assistir a um sonho muito psicadélico onde tudo tem luz, cor e movimento.
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Hedwig é um filme interessante e competente mas, após o vermos e refletirmos sobre ele, chegamos à conclusão que tal como outros filmes musicais, deveriam sê-lo menos e concentrarem-se mais na componente dramática do filme. Assim seriam filmes que teriam alcançado um "fim" e não se teriam dedicado tanto a musicalizar momentos que deveriam ter uma carga mais pesada e emotiva. Não sendo um filme mau não consegue também atingir o estatuto de brilhante.



4 / 10

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