sexta-feira, 9 de julho de 2010

Corrina, Corrina (1994)

Corrina, Corrina de Jessie Nelson é uma fenomenal comédia dramática com a participação daquela que é possivelmente uma das GRANDES actrizes das décadas de 80 e 90 e que caiu, infelizmente, no esquecimento de há uns anos para cá. O seu nome é Whoopi Goldberg.
Depois de ver, e rever, este filme dou por mim a pensar porque motivo não tem esta actriz mais filmes desta qualidade ou de outros como A Cor Púrpura, Ghost ou Homens à Parte que não só mostraram a veia de comédia de Goldberg, mas principalmente o enorme potencial dramático que ela tem e que é muito bem trabalhado nos filmes certos.
A acompanhar Goldberg (Corrina) neste filme, temos Ray Liotta (Manny Singer) que neste filme interpreta um homem que perdeu recentemente a sua mulher que tem agora de lidar com a sua filha Molly Singer (um brilhante trabalho da jovem actriz Tina Majorino) que demonstra a falta da sua mãe simplesmente não falando com ninguém.
Após uma longa entrevista a novas amas/empregadas domésticas Manny contrata Corrina que através do seu espírito bem disposto e amigável conquista o coração de Molly que com ela começa a falar e a expressar a sua dor.
Whoopi Goldberg e Tina Majorino constroem neste pequeno grande filme uma relação extremamente intima e bonita principalmente pelos seus momentos de comédia que sem nos fazerem rir estridentes gargalhadas conseguem tocar no nosso coração de uma forma muito especial e pessoal. Sentimos claramente a química que existiu entre as duas actrizes e sabemos perfeitamente que este filme não teria resultado de outra forma.
No entanto, são também as inúmeras situações mais pesadas e dramáticas que preenchem este filme de uma sensação de imensa tristeza e melancolia. Os tais momentos que nos conseguem fazer sentir próximos destas personagens e lembrar aqueles que já perdemos e que amamos.
Tal como n'A Cor Púrpura notei aqui um especial detalhe que me parece interessante em Whoopi Goldberg e que sem querer apresentar justificações para ele, admito que me fez pensar de uma forma especial na mensagem que quer transmitir. Terei sido eu o único a notar como ela em ambos filmes (dois dos que na sua extensa carreira mais "drama" apresentam) faz pequenos gestos de queixo levantado para as suas parceiras protagonistas como que dizendo "aconteça o que acontecer nunca deixes de sentir orgulho em ti"? Terei sido eu mesmo o único a notá-lo?
Belíssima comédia dramática com um par improvável e uma química a funcionar a todo o gás que fazem deste trio de actores uma pequena família. Família improvável para os anos que retrata mas que, como tudo na vida, funciona na perfeição.
Uma imperdível grande obra desta actriz que consegue ser maior que a própria personagem que interpreta e nos faz querer ver sempre mais daquilo que faz.




"Corrina Washingon: Chin up, up! You're too young to have two!"


10 / 10

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