sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Los Cronocrímenes (2007)

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Os Cronocrimes de Nacho Vigalondo, nomeado para o Goya na categoria de Realizador Revelação em 2009, conta-nos a história de Héctor (Karra Elejalde) um homem que após ver a partir de sua casa uma misteriosa rapariga (Bárbara Goenaga) no meio do bosque, embarca numa viagem no tempo que o coloca no meio de um ciclo sem fim de acidentes e mortes, as quais não parecem ter um término.
A premissa das viagens no tempo desde há muito que fazem as delícias de inúmeros filmes e arrastam consigo aquilo que se pode chamar claramente de uma legião de fãs. Várias são as obras que abordam esta temática passando por Polícia do Tempo, Retroactive, Stargate entre outros e apesar deste ter sido muito aguardada e nomeada inclusivé para diversos prémios, mas o que é certo é que fica a várias milhas dos filmes que agora referi.
A história que inicialmente abre com intriga e mistério sobre aquele casal e que apenas se intensifica à medida que Héctor estranha os acontecimentos em que se vê envolto, depressa passa a uma monotonia e repetição exacerbada que não apresenta nada em concreto... nem o porquê dos acontecimentos nem tão pouco o porquê destas viagens no tempo estarem a acontecer. Afinal o que se passava naquelas estranhas instalações? Não ficou claro... apenas se sabe que aquele outro homem, o próprio Nacho Vigalondo, resolveu efectuar aquelas experiências... De resto, tudo está envolto em mistério.
São estas "pontas" abertas e por esclarecer da história que a tornam francamente desinteressante. O potencial existe mas as histórias dentro da história que acabam por ficar em aberto não ajudam a que a mesma se torne credível e entusiasmante, limitando-nos quase exclusivamente a ver um homem que existe em várias épocas temporais ao mesmo tempo e que tudo faz inicialmente por alimentar aquele estranho acontecimento.
Nem mesmo a interpretação de Karra Elejalde salva o filme que, longe dos tempos d'Os Sem Nome, se limita a entrar numa correria quase frenética para fugir de si próprio. Pouco convincente e com pouca alma.
O filme vence de facto pelo argumento, apesar das pontas soltas, que tem potencial suficiente para o tornar numa peça interessante mas, ao mesmo tempo, através da falha da execução das mesmas deixa-o num certo limbo. Tem boas ideias mas... estas não são concretizadas.
Engraçado... não chega ao interessante, e ficamos com a clara convicção de que poderia ter sido muito, mas muito, melhor.
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6 / 10
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