sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

How to Kill Your Neighbour's Dog (2000)

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Como Matar o Cão do Vizinho de Michael Kalesniko tem como dupla protagonista os actores Kenneth Branagh e Robin Wright.
Peter McGowan (Branagh) é um escritor que vive no rescaldo dos seus sucessos do passado sem, no momento, conseguir escrever nada que o continue a colocar nas atenções do mundo. A acompanhá-lo nas suas próprias frustrações está Melanie (Wright), a sua mulher, que sente o relógio biológico "a dar horas" e quer desesperadamente ser mãe.
Se a isto juntarmos as pressões para terminar a sua mais recente peça de teatro, a falta de inspiração, os novos vizinhos e a filha destes por quem Peter sente um instinto paternal até então inexistente e um homem que assume a sua própria identidade, podemos concluir que não só as confusões e os momentos cómicos estão presentes como também uma componente dramática (com uns leves momentos trágicos) que dá uma vida própria a este filme.
Este filme, que não será uma obra máxima para nenhum dos actores, não deixa no entanto de ter alguns momentos reflexivos sobre a vida que "levamos", os sonhos que deixamos ficar pelo caminho e principalmente o rumo que, inesperadamente, a nossa vida leva. O passar dos anos e a idade que aumenta, a família e os amigos que se criam e a relação que temos para com o mundo acabam por ser alguns dos temas que principalmente a personagem interpretada por Kenneth Branagh aborda.
Interessantes são os momentos em que a sua personagem juntamente com a interpretada por Suzi Hofrichter, estabelecem uma improvável relação de amizade que não é bem vista pela "mãe" desta última. "Peter" enconta em "Amy" o motivo para dar credibilidade à vontade que a sua mulher tem de ser mãe. É também esta curiosa amizade que acaba por salvar a própria carreira de Peter que se encontrava há tanto tempo estagnada.
Não sendo um filme dito de "primeira linha", nem tão pouco um a que associemos o seu actor principal que está, de certa forma, bem estereotipado com interpretações em filmes de "época", este papel consegue estranhamente "vestir-se-lhe" bem. É tão credível que se inicialmente não empatizamos muito com a sua personagem com o decorrer das suas peripécias percebemos que aquela pessoa poderia ser qualquer um de nós a dada altura, e que se confirma com alguns dos momentos de desabafo que a sua personagem tem.
Não será um filme que guardamos para a vida mas, no entanto, consegue naquele exacto momento quer através da comédia quer do drama, reter alguns pensamentos que todos temos durante a nossa vida e ser assim uma simpática comédia-dramática que sem qualquer lamechice, apreciamos ver.
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6 / 10
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