sábado, 7 de dezembro de 2013

Emperor (2012)

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Imperador de Peter Webber é uma longa-metragem cuja acção se desenrola no pós-segunda guerra mundial quando os militares norte-americanos ocupavam um Japão derrotado depois dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki.
Quando o General Douglas MacArthur (Tommy Lee Jones) e o General Bonner Fellers (Matthew Fox) chegam ao Japão no rescaldo da guerra com a missão de capturar todos aqueles que tinham pertencido ao governo do país de forma a serem pacificadas as relações entre os dois países, Fellers tinha a missão de resguardar a posição do Imperador Hirohito bem como de reencontrar Aya (Eriko Hatsune), a jovem mulher por quem se tinha apaixonado tempos antes das hostilidades começarem.
É num misto de contextualização histórica e individual que Emperor nos é apresentado e no qual viajamos graças ao argumento de Vera Blasi e David Klass por aquela que seria uma nova fase na vida do Japão imperial. Num misto de tradições seculares e emergência de uma nova realidade até então desconhecida pelo povo e por aqueles que o governavam, conhecemos também uma história de amor, proibida aos olhares conservadores de então, entre um oficial americano e uma jovem japonesa que não viria a conhecer a melhor época ou situação política e que devido a ambas conheceria um trágico final.
Emperor vive de uma certa dualidade de histórias tendo sempre como figura principal Fellers (Fox) que tanto está interessado no bom rumo e no destino de um país que admira como, ao mesmo tempo, tem os seus planos e interesses individuais para perceber o que aconteceu à mulher que em tempos amou e à qual entregou o seu coração. Se por um lado consegue com sucesso assegurar que o caminho do país seja assegurado, por outro não é menos verdade que como "alternativa" o seu próprio futuro fora empenhado graças aos trágicos acontecimentos que marcaram o Japão durante os anos 40 do século passado.
É esta mesma dualidade dos acontecimentos que não é devidamente explorada vivendo sempre numa alternância que comprometem os mesmos e que de certa forma impedem que Emperor seja um filme sólido e desafiante sobre esta temática e que façam com o que o espectador se divide sobre qual o segmento em que deposita maior interesse. Se o Japão enquanto nação é sempre um apelativo elemento, não é menos verdade que a história amorosa deveria conquistar facilmente o público mas, devido a esta ambivalência, nenhum dos dois o consegue agarrar tornando-se assim todo o conjunto de facto pouco explorados com os quais ninguém cria uma empatia mínima.
Matthew Fox que tem a seu cargo todo o rumo deste filme centralizando-se enquanto personagem por quem tudo e todos passam, também não consegue afirmar-se na sua interpretação deixando que todos os acontecimentos falem mais do que a experiência pela qual atravessa limitando-se, no entanto, à transmissão de um conjunto de sentimentos e lugares comuns que já estão explorados com melhor sucesso em dezenas de outros filmes do género onde a questão principal se centra no bem comum ou no bem-estar individual.
Mantendo-se fiel ao espírito dos salvadores do mundo que os Estados Unidos tentam, de certa forma, passar em inúmeros títulos do género, Emperor resume-se a um único momento final onde Fellers descobre que o seu amor foi vítima de uma guerra brutal enquanto que, por outro lado, temos um pequeno segmento onde a imagem do Imperador Hirohito sai reabilitada de toda uma História que o colocou no lado errado sendo ele próprio visto aqui como um elemento sem voz no cenário do conflito mundial.
Nem mesmo Jones e a sua composição do General MacArthur consegue ser apelativa ao longo deste filme mantendo-se ora apagado ora insípido apesar de toda a relevância que teve para a História daquele país bem como para a do próprio conflito em si.
Com alguns elementos dramáticos interessantes e uma direcção de fotografia de Stuart Dryburgh que capta a essência de um Japão ora exótico ora destruído, Emperor limita-se na sua generalidade a ser um filme apagado sem o enfâse que dele poderia ser esperado e desejado e muito distante dos grandes títulos sobre esta época particular da História mundial.
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6 / 10
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