quinta-feira, 3 de abril de 2014

Só (2013)

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de Nuno Fragata, também o autor do argumento, é uma curta-metragem portuguesa de animação e uma das duas do género a estar presente na respectiva competição da quinta edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa a decorrer até ao próximo dia 8 no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Nesta curta-metragem conhecemos Urik, um jovem vampiro atormentado. Pela noite e na escuridão de uma povoação sombria, Urik procura alimento e nesta demanda conhece quem pode alterar a sua própria vida. No entanto, os perigos espreitam e a sua procura pode tornar-se numa luta pela própria sobrevivência.
Quando pensamos que já assistimos à última evolução da animação chega, de repente, uma inesperada e agradável surpresa que nos faz pensar sobre quais os limites, ou inexistência deles, neste domínio. Felizmente a palavra "inexistente" parece ser a que domina e temos assim um trabalho original e bastante conseguido que apenas peca pela sua escassa duração.
A animação remete-nos de imediato para um domínio onde assistimos a uma constante mutação das imagens que nos fazem crer que olhamos para uma sobreposição de imagens e quadros que, num ritmo acelerado, originam as sucessivas movimentações das imagens recriando assim a suposição de que temos uma história cujas personagens realmente avançam no espaço.
À semelhança do que já acontecera com Kali, O Pequeno Vampiro, de Regina Pessoa que venceu o Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, Nuno Fragata transporta para o cinema com uma nova personagem vampírica que é, no entanto, não só simpática apesar dos seus traços mais rudes, como uma que luta pela sua própria sobrevivência e existência no tempo. A originalidade da concepção enquanto animação deixa a certeza de que esta forma de cinema em Portugal está de boa saúde, e confirma ainda o potencial fílmico de um filme de animação diferente do tradicional e que poderia ser, houvesse financiamento e vontade, uma longa-metragem que percorreria a marca nacional pelo mundo.
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7 / 10
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