sexta-feira, 13 de junho de 2014

Cellar (2013)

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Cellar de Richard Whittaker é uma curta-metragem britânica de suspense (ou pelo menos assim o tenta) que nos conta a história da jovem Louise que como forma de ter um rendimento extra aceita um trabalho de limpezas no velho pub The Louisiana que tem os seus próprios segredos.
Ninguém utiliza a cave do edifício para além de armazém de algumas inutilidades às quais ninguém dá importância. Cave essa que, décadas antes, era utilizada como local de detenção de prisioneiros enquanto esperavam pelo execução do seu endorcamento... No entanto, quando alguém imvade essa cave acontecimentos sinistros são postos em marcha.
Esta premissa de filme de suspense/terror onde um edifício com alguma história se revela ter os seus próprios segredos e uma vida para além daquela que na altura é contada está, assumidamente, gasta. A originalidade que se pretende dar a este tipo de histórias e de curtas-metragens é francamente complicada e tão raramente aparece uma obra digna de ser considerada de referência. Cellar está longe de ser uma dessas referências.
A premissa está à vista desde o primeiro instante em que nos é revelada em estilo narrativo tudo aquilo pelo qual o velho The Louisiana já havia "passado". Percebemos facilmente que o mesmo está repleto de história e de velhos fantasmas que muito provavelmente nunca foram exorcisados e, como tal, estão prontos para encontrar a próxima vítima sobre a qual exercer toda a sua carga negativa deixada pelo seu passado. E ainda que toda esta premissa seja já perceptível ao ponto de confirmarmos tudo quanto esperamos (sem excepção), não é menos verdade que o poderíamos esquecer se a sua execução fosse profissional e digna de uma verdadeira história de terror. No entanto aqui estamos longe de o conseguir.
A edição dos vários supostos segmentos que esta curta deveria ter aliada com a fraca qualidade técnica a nível de som e de fotografia deixam-nos pouca esperança na interpretação que, também ela, fica àquem daquilo que se espera para poder contribuir para um ambiente pesado que esta história pressupõe.
Como se o anterior não chegasse, os lugares comuns e frases ou momentos feitos prepositadamente para "criar ambiente" (nunca conseguido) revela-nos que para além das boas intenções dos envolvidos e alguma curiosidade na pesquisa destes mesmos elementos não chegou para tornar Cellar num filme fantástico e inovador como o foi, há altura, The Sixth Sense que certamente serviu como fonte de inspiração para a sua execução.
No entanto aquilo que na minha opinião arruina definitivamente Cellar é o seu final decalcado de tantos outros filmes do género que tentam criar um segmento de tensão que nos prepara para a revelação final do mal, ou da sua essência, mas que neste caso nunca chega. Bem pelo contrário, são abertos caminhos que o argumento não planeia explicar e um rumo que não será explorado pela curta duração de um filme que revelou todas as suas fragilidades desde o primeiro instante.
O espectador que se manteve atento passa de imediato para os créditos finais onde tudo fica em aberto (ou mal explicado) onde alguém chega ao espaço dirigindo-se de imeadito para o local mais óbvio e até então pouco penetrado assustando-se com o que vê, criando surpresa ao espectador mas não assumindo vontade de o concluir... fraco desde o primeiro ao último instante, Cellar percebe-se como um filme amador sem pretensões para além de entreter uma comunidade com os mitos urbanos em torno de um espaço que se percebe de referência local. Para além disso mais não é do que uma curta-metragem perfeitamente nula e dispensável.
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